Olhos inchados de uma noite em claro esperando uma resposta que não iria chegar. Como de costume, chorou até dormir, abafou seus gritos d'alma no travesseiro que Leonilson descrevera, sentia-se como uma obra de arte de ninguém. O incrível disso tudo é que a ideia nunca foi essa, o plano não era esse, mas depois de um tempo vivendo dessa forma, percebeu que não dá pra seguir um plano quando as coisas não dependem apenas de você. Esperar que o outro queira como você, aja como você, sinta como você, é querer demais. E suas vagas conclusões não pararam nisso, foram além dos limites físicos e entraram dentro da outra mente. Não foi fácil trocar de posição e perceber quão dura acabara sendo, descobrir que não ocupa todo o espaço, sentiu mais medo. Acabou por se perder mais ainda.
Dormiu.
No sonho dessa noite de uma hora, viu vultos, uma casa com fumaça, sentada num sofá bem abaixo da janela que tinha a porta de entrada à sua direita. Estava medonho até sentir um abraço que a protegeu. Acordou querendo esse abraço, acordou sem saber de quem era. Acordou disposta a descobrir.
"Por que as coisas só dão certo nos sonhos? Por que nos privamos de viver sonhos?" Se perguntou ao ler mensagens nem tão velhas assim. Manhã fria, morta. Achou suas respostas numa música e se tranquilizou.
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