terça-feira, 21 de janeiro de 2014




Quando eu era bem pequena, o que mais desejava era ser mulherzinha, e mesmo sem saber ao certo como funcionavam os padrões impostos da sociedade, queria gostar de brincar de boneca como minha irmã. Mas não, nunca gostei. Depois, um pouco mais crescida, quis ser menininho por achar que combinava mais com os meus gostos, gostava mais de jogar bola do que ficar brincando no site da barbie. Chorei, esperneei, fiquei bicuda por dias até minha mãe falar que eu era menina porque nasci assim, com pepeka. Acatei. Crescendo, quis ficar com meninos como minhas amigas, mas, apesar de achá-los legais pra conversar bobagens, brincar e etc, não me interessava por eles à ponto de beijar. Não sei, mas acho que foi aí que minha neura começou. Eles eram legais, mas estavam na época onde legal mesmo era ficar e, pra eles, eu não era menina pra isso. Pô, eu era "tipo irmã", eles falavam. E desde então, fui só "irmã". Com irmã não se flerta. No máximo, fui confidente, e só. Mas as pessoas crescem e, quando se perde os últimos homens héteros da sua vida ao assumir sua sexualidade fora dos padrões morais da igreja, fica difícil se aproximar de outros homens pra construir uma amizade no nível "irmãos". Não dá, pelo menos não com homens-héteros. Com esses, minha relação é de "oi" e "tchau". Não me dou. 





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