Peguei meu caderno, uma caneta e esse sentimento que pulsa aqui dentro. Dissertei em várias linhas, algumas páginas, tudo o que assombrava meus pensamentos, mas, pelo visto, não foi suficiente. Não é possível prender sentimentos em palavras, não é possível acreditar em palavras, ou melhor, não é prudente. Não acredite em uma só palavra aqui registrada, aja com desdém em cada vírgula e finja que não leu, faça-me provar. Provas feitas de ação e não atuação. Seria costumeiro que eu me calasse, seria até o certo a fazer, mas ao contrário disso, continuarei falando, e escrevendo, enquanto te levo para passear no parque, enquanto rimos com brincadeiras, enquanto te conforto num abraço, enquanto me protege. Não sou passível de crença, não sou passível de confiança, não mereço tanto, mas quero tanto. E tanto que não consigo me conter. Tanto, mas pouco perto do que poderia ser. Pouco perto do que merece.
Nenhum comentário:
Postar um comentário