segunda-feira, 30 de maio de 2011

Lágrimas Ocultas - Florbela Espanca

Bom dia Raros!

Não estou muito bem pra escrever, tenho alguns temas mais interessantes em mente, mas sei lá.

Me lembrei de uma poetisa que uma pessoa muito importante (éé) me mostrou, simplesmente me apaixonei pela forma com que ela coloca suas palavras, Florbela Espanca.



Lágrimas Ocultas (Florbela Espanca)


Se me ponho a cismar em outras eras
Em que rí e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi outras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

Para os que entenderam o que ela quis dizer, meu pêsames.

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